mono 2010/2012

[PT] Quando uma imagem fotográfica pode ser considerada como final? Quando um projeto acaba? Durante dois anos desenvolvi esta pesquisa à volta destas perguntas. Encontrei o meu “Mono” por um acaso numa praia da zona Oeste de Portugal, eram os destroços de uma casa que havia sido destruída por uma grande tempestade. Eu marquei a sua localização num GPS e voltei ao local para fotografar aquele objeto. Mais tarde no laboratório revelei as chapas de grande formato e senti que existiam algumas coisas naquela paisagem que poderiam ser reorganizadas ou mesmo retiradas. Regressei, movi algumas pedras e retirei algumas telhas. Refiz a imagem. Ao voltar ao laboratório e revelar as chapas, tive a mesma sensação. Não esta “pronto”. Ao longo de dois anos realizei este movimento, esta performance em conjunto com a paisagem. Eu retirava ou movia um objecto e na visita seguinte a paisagem tinha acrescentado algo. Podia ser uma parte da casa que estava coberta por vegetação, uma flor que apareceu ou um novo arbusto. A paisagem estava em constante mudança e não havia nada que eu pudesse (ou mesmo quisesse) fazer em relação a isto. Mono é um exercício de negociação entre mim e a paisagem. Um jogo de vontades com um vencedor óbvio.

mono | 150x200cm | edição 1 + 1 P.A. / 40x50cm | 5 + 1 P.A.